quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Oficina de 23/11

Relato da Oficina de 23/11

Primeiramente, neste encontro, tivemos os relatos das atividades aplicadas durante a semana. Todos os cursistas aplicaram uma das quatro atividades trabalhadas na oficina anterior, além dos Avançando na Prática e atividades do AAA1. Todas as experiências foram bem sucedidas, sem ressalvas. Aliás, conforme o cursista André, nossa turma deve estar entre as que mais aplicaram atividades do Gestar em sala de aula. Nunca nos contentamos em aplicar só um Avançando na Prática por obrigação. Fomos além dos materiais e sempre nos preocupamos em dar sequência às atividades.
Chegamos em nossa última TP a ser trabalhada, a TP2. Embora as demais TPs tenham sido muito bem recebidas pelos cursistas, estava faltando em nossas discussões o X da questão: onde fica a gramática nisto tudo?
Como fiz nas demais TPs, trouxe um resumo da TP em slides, com as principais idéias e conceitos para discutirmos. Depois de muitas falas, chegamos a conclusão que gramática só tem sentido de ser ensinada no texto, percebendo realmente sua funcionalidade, ou então de maneira descontraída, com jogos e de forma mais lúdica. De outra forma, isso não funciona mesmo. Por não fazer sentido para o aluno, por não ser prazeroso. O educando precisa saber porque está aprendendo aquilo, e no texto fará sentido, sendo ferramenta, como diria Rubem Alves. Ou então, é chegada a hora de abrir a caixa dos brinquedos.
Após esta exposição mais teórica, entreguei aos cursistas as provas do ENEM de 2008, para que eles analisassem as questões de Língua Portuguesa. Acho que foi a cartada final para provar a inutilidade de nossos métodos tradicionais de ensinar gramática, pois estaríamos impedindo nosso aluno de desenvolver capacidades que são cobradas em exames como este, que lhe trarão oportunidades que não podem ser aniquiladas por professores que não se atualizam.
Após esta análise, realizamos duas atividades da “caixa de brinquedos”. A primeira foi uma corrida ortográfica, onde cada grupo tinha que ir até o painel e completar as palavras com S,Ç, SC, C ou SS. Foi muito interessante ver que nós mesmos professores temos algumas dificuldades em relação a tais regras. Também conversamos muito sobre a falta que faz não termos tempo em sala de aula para trabalharmos a origem de nossas palavras, pois isto resolveria muitas dúvidas em relação à escrita.
A segunda atividade foi interdisciplinar com Geografia. Cada grupo recebeu um mapa do Brasil grande e cartinhas com adjetivos pátrios relacionados aos estados do Brasil. As cartas ficavam viradas e cada componente devia tirar uma cartinha e colocar corretamente sobre o estado correspondente.
Por fim, fizemos o “vai pro trono ou não vai” com as atividades do AAA2, onde os cursistas destacaram aquelas atividades que julgaram mais interessantes para serem aplicadas.
Até a próxima!

Oficina de 16/11

Oficina de 16/11

Neste dia retomamos algumas atividades da TP1 que não tivemos tempo de discutir na oficina anterior. Uma prática que tem ocorrido sempre em nossas oficinas é o que chamo de “Vai pro trono ou não vai?”, que consiste no seguinte: divido a turma em duplas ou trios para analisar determinadas atividades dos AAs e apresentá-las aos demais, indicando ou não para serem aplicadas. Se a dupla gosta da atividade e acha que se encaixa bem com nossa realidade, a atividade vai pro trono, caso contrário, não vai.
Mas, na verdade, percebemos que na própria TP1 havia textos que poderiam ser utilizados com os alunos, pois estão bem relacionados com suas vivências e com seus problemas. Esses textos são: Ciúme, Divórcio, Sexa e Porã. Os dois primeiros retratam bem o que muitas crianças vivem em seus lares, que é o ciúme dos irmãos e a situação de conviver com pais separados, embora no contexto de nossas vilas da cidade de Alvorada, muitas vezes este convívio não seja tão harmonioso. Muitos não sabem quem são seus pais ou os perderam para o tráfico, para a prostituição, para o crime. No entanto, abrem uma discussão que pode ser adaptada de acordo com essa realidade.
O texto Sexa, do Luis Fernando Veríssimo, além de ser muito engraçado e prazeroso de ler, também pode abrir uma aula sobre gêneros do substantivo, nas quintas séries de forma prazerosa e agradável, antes de conceitos, visto que muitos chegam das séries iniciais achando que gênero masculino e feminino só está relacionado a seres vivos, aos ditos “pares”.
Por fim, o texto Porã traz a discussão do respeito à diversidade, tão trabalhada no mês de novembro, embora seja uma temática que não pode se restringir neste mês. Também acho interessante o fato de não abordarmos somente a questão da discriminação do negro em nosso país, mas de todas os outros grupos que sofrem esse tipo de preconceito, como os indígenas, por exemplo, que ainda são vistos como mitos, lendas, seres não-evoluídos em nossa sociedade.
Apões essas leituras e discussões, realizamos quatro excelentes atividades que podem ser aplicadas em sala de aula.
A primeira se chama “Minhas sete melhores desculpas para...”, onde cada um deveria criar e escrever desculpas para: ter faltado ao Gestar; não ter ido àquele encontro com os amigos; não ter corrigido as provas dos alunos ainda; ter ido ao aniversário da vó com roupas inadequadas etc. Já para os alunos, sugeriu-se que criassem desculpas para não terem arrumado o quarto, não terem tomado banho, terem tirado nota baixa em Português, terem chegado tarde em casa, terem trazido um cachorrinho vira-lata para dentro de casa e não terem feito o tema. Acreditamos que a atividade é interessante pois brinca-se com as nossas mentirinhas diárias de um jeito leve, explora a criatividade, o humor e a produçãp escrita dos alunos.
A segunda atividade consistia no seguinte: levei três placas, sendo que na primeira estava escrito “Concordo plenamente porque...”, na segunda “Discordo totalmente porque...” e na terceira “ Ainda não tenho opinião formada porque...” Então, eu lançava assuntos polêmicos e os cursistas deviam se posicionar perto da placa que expressava sua opinião. Depois de posicionados, os grupos tinha, que argumentar oralmente sua posição frente àqueles assuntos (gravidez na adolescência, liberação das drogas, casamento homossexual, eutanásia, pirataria etc). A atividade foi muito bacana, os professores se interessaram em aplicar, pois trabalha esta questão da oralidade em sala de aula, do falar quando se tem o quê e o porquê de falar. No entanto, claro que pensamos em assuntos mais leves, direcionados para a fase em que nossos alunos estão vivendo.
A próxima atividade foi a construção de um teste psicológico, destes que aparecem em sites e revistas femininas. Primeiro apliquei um teste com os cursistas, cuja pergunta central era “Você é um consumista desenfreado?”. Após terem respondido o teste e visto quais eram os resultados, cabia a eles construírem um teste do tipo, com a temática que quisesse. Entre as escolhidas tivemos “Você é um bom aluno?”, “Que tipo de professor você é?”, “Você é um bom colega de trabalho”?.
Mas a atividade de fechamento foi a mais interessante , em minha opinião. Levei um CD com as mais diversas músicas gravada, desde de New York, New York, até Parabéns Gaudério. Os cursistas tinham que produzir um texto e ir encaminhando o enredo de acordo com as música que iam tocando. Para isso, poderiam se guiar pelo rtmo, letra ou lembranças que tal música lhe trazia. Tudo isso, tentando ser coerente em sua produção. Os textos ficaram maravilhosos! Alguns mais engraçados, outros bem poéticos.
Essa foi uma das oficinas que mais me empolgou. Os cursistas participaram ativamente das atividades e tenho certeza que semana que vem trarão relatos maravilhosos destas atividades.Até a próxima!

domingo, 15 de novembro de 2009

Oficina de 26/10

É... Nesta altura do ano já estamos de arrasto, e não são só os cursistas, heheheh. Mas vamos lá galera, agora estamos na reta final.
Neste dia fizemos uma Oficina Livre. Assim, optei por trabalhar melhor a questão da interpretação textual e níveis de leitura.
Primeiro ouvimos os relatos dos professores. Pelo que comentaram , as atividades "Aula de internetês" e "polas" fizeram sucesso. Sobre a primeira, os cursistas comentaram que nunca viram eles escreverem com tamanho silêncio, visto que a regra era não falar, assim como em uma lan hause. Também comentaram que, quando pediram que "saíssem da sala" para encerrar a atividade, pediram para poder escrever mais um pouco, pode????? Heheheh. Que maravilha!!!. Tudo de bom um professor ouvir de um aluno que quer escrever mais.
Bom, voltando a interpretação, lemos um texto e pedi que cada trio elaborasse questões interpretativas para aquele texto. Depois que cada grupo colocou no quadro suas questões. Organizamos a ordem em que estas questões deveriam ser passadas aos alunos, de acordo com a importância e os níveis de leitura. Outra discussão importante foi sobre a questão das perguntas cujas respostas são as chamadas "pessoais". Muitos professores de Língua Portuguesa lançam perguntas deste tipo achando que, depois de um amontoado de perguntas óbvias, essas são a demonstração do quanto são inovadores. No entanto, esquecem do mais importante em uma interpretação de texto: o texto. Claro que é importante o exercício da oralidade, dos momentos de expressão, mas tudo tem hora. E não são perguntas cujas respostas são de cunho pessoal que salvam a interpretação, assim como o uso do texto como pretexto para o ensino da gramática também não são. Como diz minha professora Maria Luci, do curso de pós graduação, temos que olhar o miudinho do texto, analisar a língua, as pistas textuais. Fazer o aluno ler o dito e o não dito.
Após essas discussões, havia prometido aos alunos que daria um tempo para conversarem entre si sobre os seus projetos e tirarem dúvidas, visto que no dia 07/12 terão que apresentá-los para turma, assim como entregar um resumo deles para os demais, para que possam, assim que possível e se de interesse for, aplicar também. Mais uma vez o tempo tem sido nosso inimigo. Alguns professores não conseguirão aplicar na íntegra o projeto. Conversando, chegamos a conclusão que daremos nosso máximo. Caso não saia exatamente como queríamos, é bom lembrar que não estamos no Gestar para mudar nossas aulas por um ano. O Gestar é transformação. Sei que estão felizes com os resultados, e nada como saírmos satisfeitos de nossas aulas. Tenho certeza que meus professores não serão barrados pelo tempo, até porque eles são muito especiais e dedicados.
Bom, até a próxima.

Encontro de 19/10

No encontro do dia 19/10 foi necessário retomar algumas questões importantes da aula anterior, pois a chuva fortíssima do último encontro impediu que alguns cursistas chegassem até o local do encontro. Assim, retomei algumas informações sobre os projetos e portfólio.
Após essas considerações, entreguei aos cursistas dois textos: um apresentava muitos problemas de ortografia, mas era coerente; o outro não apresentava problemas ortográficos, mas, em compensação seu enredo era fraquíssimo. A idéia era fazer os professores analisarem qual dos dois era "melhor" e também pensar qual dos dois alunos necessitava de mais ajuda em suas produções. Unanimamente os professores disseram que é muito mais fácil sanar àqueles problemas ortográficos do que retomar toda uma idéia de textualidade. Assim, o aluno do texto incoerente, precisa de uma ajuda mais urgente e uma intervenção direta, na medida que o outro poderia sanar seus problemas não só com a intervenção direta do professor, mas lendo mais, por exemplo. Também analisamos textos dos meus alunos e fiz o seguinte questionamento: Como entregariam este texto de volta aos alunos e quais seriam as próximas intervenções? Essa proposta está relacionada com a TP6, que trata exatamente da importância da reescritura. Recordei também de uma importante fala de minha professora Tamar, onde afirmou da importância de determinarmos o que estamos analisando no texto do aluno naquele momento, para não cometermos o erro de entregarmos para o aluno um texto totalmente rabiscado, onde ele certamente pensará que não tem capacidade de produzir. Além disso, fazendo esses excessos de intervenções ao mesmo tempo, acabamos por não sanar nenhum problema.
Depois destes trabalhos com os textos, fizemos a atividade que denominei de "Aula de internetês". Fizemos um levantamento conjunto do vocabulário utilizado em chats e msn e lançamos no quadro. Após, os alunos tinham que ficar um na frente do outro, e simulamos um bate-papo, sem computadores, e sim com uma folha que escreviam e passavam para o outro interlocutor. Nesta produção teriam que usar as gírias da internet. Foi muito interessante para pensarmos que, ao invés de negar essas outras línguas em aula, temos que proporcionar espaços para que os alunos se expressem destas formas, mas deixando bem claro que aquela é a hora, e que nem sempre é assim.
Depois, fomos para a análise da TP6 e AAA6. Na TP, centramos principalmente nos textos que abordavam as expressões coloquiais dos alunos. No AAA analisamos várias atividades, mas no detemos nas "polas" (pag. 89). Apliquei a atividade com os cursistas, partindo de sinopses de filmes. Assim, eu lia a sinopse e os cursistas tinhas que preencher o "polas" com os personagens, objetos, lugares, ações e sentimentos. A atividade requer atenção ao que foi lido e determina muito bem essas importantes marcas textuais que são essenciais para a interpretação dos textos.
Por fim, os professores relataram suas experiências da semana.
Até a próxima!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Oficina de 05/10

Estamos de volta!!!
Após uma semana (boa, mas cansativa) com a UnB, voltamos a mil! Digo que a semana foi cansativa, pois deste vez já estávamos mais tranquilos em relação ao que era o Gestar e as novidades não foram tão novas assim. Fiquei feliz de saber que poucos formadores desistiram e de ver que, apesar de tudo que nosso estado sofreu, os projetos estão andando, até mais organizados que em muitos outros lugares. Deve ser o sangue Farroupilha, hehehe.
A chuva deste último encontro nos atrapalhou e muito. Metade dos cursistas não vieram, pois o temporal foi feio mesmo! Eu também tava morrendo de medo de chegar até a escola! Mas os mais corajosos, lá estavam. Valeu galera de fé!!!
Essa oficina foi dedicada às primeiras unidades da TP6, que trazem a questão da argumentação na produção textual e do planejamento necessário nestas produções, para que atinjam verdadeiramente seus propósitos.
Mas antes de iniciar a TP, entreguei uma folha onde os cursistas deviam fazer uma avaliação da primeira etapa do curso, e gostaria de fazer algumas colocações sobre o que recebi.
Os seis cursistas presentes avaliaram os encontros desta primeira etapa como ótimos, o que me deixou muito feliz.
Como pontos positivos da primeira etapa eles relataram a troca de experiências, a qualidade do material, a transformação das aulas, o dinamismo das oficinas. Os pontos negativos estão basicamente centrados na falta de tempo dos cursistas e a dificuldade que outros professores tiveram e que os impediram de participar. Quanto as sugestões, os cursistas propuseram que este tipo de formação ocorra com outras áreas também e a continuidade desta formação no próximo ano.
Concordo em gênero, número e grau com os cursistas!!!
Bem, mas entrando na TP6, iniciei o tema “argumentação”, dizendo aos cursistas que aquele seria o último encontro, que não teria continuidade e que eles, portanto, não ganhariam certificado algum, A não ser que eles argumentassem muito bem por escrito o porquê isso não poderia acontecer e me convencessem do contrário. Feito e lidos os argumentos, refletimos sobre quais os recursos que utilizaram para me convencer. Desta forma, chegamos nos tipos de argumentação que podemos usar em um texto.
Em seguida, divido meus 6 cursistas em dois grupos. Um grupo ficou com a unidade 21 e o outro com a unidade 22. Solicitei que analisassem para depois comentarmos juntos. Foi o que fizemos. Os cursistas gostaram muito das atividades e, conforme a Débora, dá vontade de fazer todas.
Na seqüência, analisamos juntos algumas atividades do AAA6, destacando a análise de propagandas (p. 15), as tirinhas da Mafalda ( p. 20), a descrição nos anúncios (p. 42) e a história maluca (p. 49).
A última atividade realizada foi a seguinte: entreguei para cada grupo uma palavra. O grupo tinha que elaborar dicas sobre do que se tratava, mas a idéia era que o grupo contrário não descobrisse. No entanto, não podiam dar uma dica que não viesse ao encontro do objeto. Ganhou o grupo que, depois de dar as sete dicas, não teve seu objeto revelado. Finalmente o grupo da Isabela ganhou, hehehhehehe. A atividade foi divertida e trabalhou muito bem essa questão de planejarmos o que escrever, de acordo com nossos objetivos, que, neste caso, era não permitir que o grupo contrário descobrisse qual o objeto descrito, sem fugir da coerência das pistas. Na semana que vem terei que voltar a alguns assuntos, pois metade dos cursistas não estavam.
Até a próxima!
Oficina de 21/09

Essa oficina livre foi dividida em quatro momentos:

1° Aplicação de duas atividades pela cursista Débora. A primeira consistia em um jogo de travalínguas, no qual os alunos, com o auxilio de um tabuleiro (criado pela professora), jogavam dados e para irem avançando no jogo deviam ler o travalíngua corretamente. Nos divertimos muito com a atividade. Já num segundo momento, ela aplicou uma atividade de unir os títulos dos textos com o corpo do texto, que também foi bem bacana.

2° Leitura e análise dos textos O povo, do Luis Fernando Veríssimo e O Brasil, do Millôr, que trazem a questão da ironia . A partir dele, pensamos em como mostrar para os alunos seus próprios problemas no texto, como a falta de idéias e posicionamentos consistentes.

3° Esclarecimentos a respeito dos projetos em andamento. Aluás, os cursistas levantaram uma questão bem importante, que foi o pouco tempo de trabalho que tiveram e que prejudicou muito a realização dos projetos. Alguns pretendem aplicar melhor o projeto elaborado em 2010, desde o início do ano letivo.

4° Reflexões partindo dos power points do Mário Quintana e Sementes .
Na semana que vem não teremos encontro, pois estaremos com a Tamar, enchendo ela de perguntas, hehheheh. Nesta etapa, é ela que vai sofrer, pois nós, formadores, já vimos que o bicho não tem sete cabeças (umas três, talvez...).
Oficina de 14/09

Dedicamos essa oficina ao estudo das unidades 19 e 20 da TP5.
As atividades que o grupo mais gostou e que também realizamos em aula foram:
* reescritura do mapa de previsão do tempo ( p.120 da TP5);
* técnica de produção poética baseada nos poemas A pesca e O show (p. 128 e 129, TP5);
* atividade de produção textual da página 71 do AAA5);
* organização da História sem pé nem cabeça (p. 75 do AAA5);
Essa última atividade eu e mais alguns cursistas aplicamos em diferentes séries e percebemos bastante dificuldades na sua resolução. Discutindo o porquê dessa dificuldades, chegamos a conclusão que os alunos ainda não conseguem perceber as pistas semânticas, sintáticas e estruturais presentes em um texto. Coisas muito simples, como uma frase onde se abre parênteses ser seguida por outra que fecha parênteses passava despercebido. Ou seja, ainda precisamos trabalhar com nosso aluno o “miudinho”, esses traços importantes que fazem de um amontoado de frases um texto.
Além dessas atividades, também trouxe algumas coisas fora do material, como alguns pequenos textos que em algum momento se tornavam incoerentes por diferentes motivos (falta de concordância, de verossimilhança, de pontuação, de idéias verdadeiras entre si...). Os professores tinham que analisar e encontrar esses pontos de incoerência.
Ainda trabalhando com essa questão, agora voltando-se mais para a adequação da linguagem no estabelecimento da coerência, trouxe dois textos sobre a Gripe A, onde analisamos qual deles funcionaria melhor para os públicos em questão, pensando inclusive nas ilustrações trazidas e público alvo.
Outra atividade bacana que fizemos foi baseada nas músicas Te ver (Skank) e Sou assim sem você (Adriana Calcanhoto). Após ouvirmos a música, propus que eles elaborassem em duplas um poema que trouxesse coisa que não são possíveis umas em as outras. Saíram trabalhos maravilhosos!
Por fim, coloquei no lado de fora da sala de aula, colado na parede, textos recortados e com seus parágrafos embaralhados. Cada grupo tinha que mandar um componente por vez para pegar o parágrafo correto, que desse sequência ao que o companheiro havia trazido anteriormente. A atividade foi bem legal, mas ressalto a importância de, antes de qualquer atividade, deixar as regras bem claras aos alunos. Tais regras também devem ser bem pensadas antes de serem estabelecidas, para a atividade não se tornar maçante e atingir os objetivos propostos.
O encontro foi bem interessante e os cursistas, como sempre, foram muito participativos.Até a próxima!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Oficina do dia 31/08

Este foi um dia que dedicamos a uma oficina livre. Resolvi, então, passar o filme "Entre os muros da escola". Embora o filme seja francês, a realidade do subúrbio mostrada nele, em muitos momentos se assemelha bastante com a realidade vivida no nosso município.
Após o filme, fizemos uma discussão sobre o que vimos.
A discussão se centrou em alguns pontos do filme, como por exemplo, como o protagonista ( um professor de língua materna) se posicionava ante os alunos e maneira como abordava a língua e a literatura aos alunos. O filme mostra bem claramente que, os professores só conseguem se aproximar dos alunos quando solicitam atividades que permitem que els tragam suas vivências e falem da realidade que os cerca.
Além dessa importante reflexçao pedagógica, o filem também é muito interessante para trabalhar a questão racial, que permeia os conflitos na escola, pois os alunos da turma são de diferentes países. O respeito ao outro e às diferenças é um ponto chave a ser discutido a partir do filme.
Solicitei que os cursistas fizessem um relato sobre o filme e que colocassem o mesmo no portfólio.
Visto que semana que vem temos feriado, nos encontraremos somente dia 14/09, onde realizaremos mais atividades relativas à TP5, especialmente as unidades 19 e 20.
Até a próxima!!!

Oficina de 24/08

Neste dia iniciamos a TP5 e , como tenho feito no início de cada TP, dei um panorama teórico geral sobre Estilística, Coerência e Coesão, que são os pontos tratados na TP em questão. Utilizei como recurso o data show para projetar um material que preparei, que foi uma mistura de um arquivo pronto que havia no CD que a Tamar, minha professora da UnB, disponibizou pra gente, mas também utilizei um material do Pós-Graduação que faço, baseado em Ingedore Koch. Sempre que fizemos essa retomada teórica, um bom tempo da oficina é utilizado, pois é interessante repassar alguns pontos da teoria que ficaram guardados há algum tempo, visto que alguns dos cursistas já se formaram há alguns anos. Percebo também que se sentem mais seguros ao realizar atividades embasadas teoricamente.
Após tal exposição, realizamos algumas atividades práticas. A primeira delas foi mostrar no data show algumas propagandas multimodais e bem criativas para que percebessemos quais os elementos ativados necessariamente para que se estabelecesse uma coerência entre a imagem e o texto escrito. Vejamos algumas delas:






Assim como nas propagandas acima, nas demais selecionada, era necessário utilizar nosso conhecimento de mundo para compreendê-las , ou seja, estabelecer coerência. Partindo disso, refletimos sobre as propostas de produções de texto que levamos aos nossos alunos e que, muitas vezes, vêm a "podar" a possibilidade de eles escreverem trazendo suas vivências para o texto.
Após essa primeira atividade, seguiram-se as seguintes:
* DITADO SEMÂNTICO: dita-se para os alunos algumas palavras ( palavra verde, palavra triste, palavra sorridente...) e eles devem escrever algo que venha em mente ao pensarem em algo daquele jeito. Após o ditado, é interessante trabalhar com o texto da página 40 da TP5, chamado Palavras, da Adriana Falcão.
* DEU A LOUCA NOS FINAIS DOS CONTOS DE FADA: coloca-se para os alunos escutarem CD's com histórias clássicas infantis, mas interrompe-se a audição em um momento de clímax, sendo que os alunos devem dar um final coerente e criativa à história.
* DISTRIBUINDO CHEQUES: após toda uma preparação por parte da professora, que conta ter ganhado um bom dinheiro no sorteio, distribui-se aoa alunos imitações de folhas de cheque, preenche-se junto com um valor X e parte-se para a produção textual, onde os alunos devem relatar o que fariam com o dinheiro.
Essas atividades foram muito bem recebidas pelos professores, que participaram ativamente das tarefas.
Também deu tempo de analisar algumas outras atividades, como os textos das páginas 15 e 36 da TP5 e algumas atividades das unidades 17 e 18 do AAA5, que, em minha opinião, é o módulo que traz as atividades mais interessantes até agora.
Fechamos a oficina com as propostas de prática em sala de aula.
Essa foi, em minha opinião, uma das melhores oficinas até agora.
Até apróxima!!!


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Oficina do dia 17/08/09

Após estarmos e recesso por quatro semanas devido a gripe A - H1N1, voltamos com tudo para darmos sequência ao nosso curso. Infelizmente, os professores não conseguiram aplicar as atividades do último encontro, pois era a última semana de aula, além dessa parada forçada ter prejudicado basrtante o andamento das aulas. Assim, o único relato que tivemos foi do cursista Carlos, que disse ter reformulado com a sua turma uma atividade que não tinha obtido muita aceitação da turma em uma aula anterior. Percebendo que desta vez havia dado certo, ressaltou a importância de readaptarmos de acordo com a nossa realidade e nossa turma as atividades sugeridas no material do Gestar e mesmo por mim. Achei importante essa busca pelo resultado positivo de uma atividade, que tira o professor de um comodismo pessimista e lhe transforma em um pensador, um pesquisador mesmo dentro de sua sala de aula.
Após esse relatos partimos para duas atividades bem interessantes. A primeira não consta no material do Gestar, mas foi uma dica de uma colega de profissão, que é o uso dos jogos Boole para desenvolver a interpretação de texto. Esses jogos nada mais são que quebra-cabeças historiados, onde o aluno precisa voltar várias vezes no texto para conseguir desvendar os mistérios que estão sendo questionados, desenvolvendo na turma a atenção na leitura e a busca no texto daquilo que não está dito nas linhas, mas sim na análise das demais informações. Montamos três grupos para jogar (para os professores escolhi, claro, o nível mais difícil), sendo que dois grupos chegaram as respostas corretas. Os professores gostaram bastante da atividade e estamos vendo como podemos entrar em contato com a empresa para adquirirmos o material. No entanto, no curso já elaboramos maneiras de trabalharmos a atividade sem termos os jogos originais, afinal, nada se cria, tudo se transforma.
A segunda atividade consistia em unir reportagens de jornais e revistas as suas respectivas manchetes e relatar em que momento da reportagem foi possível fazer o link com a manchete.
Após o intervalo, ainda nessa perspectiva de leitura trazida pela TP4, usamos o sata show para fazermos a s leituras de imagens de ilusão de ótica, trabalhadas na primeira formação do MEC, além do livro ZOOM e, como estávamos com o data show montado, já aproveitei para passar o livro "O carteiro chegou", que não tínhamos tido a oportunidade de ver anteriormente. Essas atividades foram bem interessantes e os professores solicitaram o envio desse material para que pudessem trabalhar com seus alunos.
Para finalizar, retomamos a TP4, sugerindo um trabalho com o texto "Admirável mundo louco",. da Ruth Rocha, a partir da "mãozinha" da interpretação que há no AAA4. Ainda na TP4, sugeri a atividade do preenchimento de postais, da página 181, que trabalha gênero, produção de textos e adequação da linguagem.
Com o tempo esgotado, indiquei as atividades do Avançando na Prática para serem aplicadas e solicitei que os cursistas lessem e trouxessem para a o próximo encontro a TP5 e suas respectivas AAAs. Aliás, agora entraremos na parte que mais gosto e domino: estilo, coesão e coerência. Até a próxima!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Material que já deverá estar no portfólio no dia 21/09, para uma primeira avaliação:

1. Texto/memorial de sua caminhada como leitor ►

2. Texto/memorial de sua caminhada como professor ►

3. Análise do filme “Os narradores de Javé” ►

4. Análise do filme “Entre os muros da escola”

5. Seis relatos da aplicação de atividades em sala de aula. São eles:

Relato 1 ► aplicação de uma das atividades dos “Avançando na Prática” das unidades 9 e 10 da TP3 ou de uma das atividades do AAA3, também das unidades 9 e 10. ►

Relato 2 ► aplicação de uma das atividades dos “Avançando na Prática” das unidades 11 e 12 da TP3 ou de uma das atividades do AAA3, também das unidades 11 e 12. ►

Relato 3 ► aplicação de uma das atividades dos “Avançando na Prática” das unidades 13 e 14 da TP4 ou de uma das atividades do AAA4, também das unidades 13 e 14. ►

Relato 4 ► aplicação de uma das atividades dos “Avançando na Prática” das unidades 15 e 16 da TP4 ou de uma das atividades do AAA4, também das unidades 15 e 16.

Relato 5 ► aplicação de uma das atividades dos “Avançando na Prática” das unidades 17 e 18 da TP5 ou de uma das atividades do AAA5, também das unidades 17 e 18.

Relato 6 ► aplicação de uma das atividades dos “Avançando na Prática” das unidades 19 e 20 da TP5 ou de uma das atividades do AAA5, também das unidades 19 e 20.


Observações:

· também é possível substituir as atividades acima por atividades que realizamos nas oficinas e não constam no material;
· os modelos dos memoriais e de relatos estão no blog http//:alvoradanogestar.blogspot.com e também nas pastas dos colegas cursistas;
· as atividades marcadas com ► são aquelas que já haviam sido solicitadas antes do nosso recesso escolar.

Novo calendário

Calendário Gestar II – Língua Portuguesa

20/05 – Apresentação do Projeto Gestar II aos professores de Língua Portuguesa e Matemática da rede, nos turnos manhã e tarde, na SMED.

08/06 – Oficina introdutória

15/06 – TP3 - unidades 9 e 10

22/06 – TP3 - unidades 11 e 12

06/07 – Oficina livre

13/07 – TP4 – unidades 13 e 14

17/08 - TP4 - unidades 15 e 16

24/08– TP5 - unidades 17 e 18

31/08 – Oficina Livre

14/09 - TP5 – unidades 19 e 20

21/09- Oficina Livre ( atividades e esclarecimentos sobre a elaboração do projeto) e entrega dos portfólios


Não teremos oficina no dia 28/09, pois os formadores estarão participando na segunda etapa de formação com a UnB.



05/10 – TP6 - unidades 21 e 22

19/10- TP6- unidades 23 e 24

26/10 - Oficina livre

09/11 - TP1 – unidades 01 e 02

16/11 – TP1 – unidades 03 e 04

23/11 - Apresentação dos projetos

30/11 – TP2 – unidades 05 e 06

07/12 – TP2 - unidades 07 e 08

14/12 - Oficina de encerramento – avaliação – entrega final dos portfólios

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Oficina de 13/07

Oficina de 13/07/09

Iniciamos, então, a TP4. O bacana é que o município aderiu com tudo ao Pró-letramento e, assim, não faltou embasamento para a discussão. No entanto, uma importante questão levantada foi a falta de formação na área de lingüística da maioria dos professores de séries iniciais. Refletimos bastante sobre a questão da chegada dos alunos na quinta série sem a segurança necessária na produção de textos.
Mas antes de qualquer coisa, tivemos nosso habitual momento dos relatos das atividades aplicadas. Meu querido Carlos André ( cursista que faz falta para qualquer formador) relatou uma experiência não muito positiva com sua turma de quinta série. Procurou trabalhar a produção textual levantando a questão do intergênero, partindo do manual de instruções. No entanto, a turma teve dificuldades e o professor acredita que faltou tempo para explorar mais adequadamente o manual antes de propor a produção textual, além de também pensar que a questão da idade dos alunos influenciou na atividade.
Mas o grande relato foi da Marlene ( que também é uma cursista muito dedicada). Conforme ela, os alunos têm melhorado muito a escrita depois das atividades do Gestar, o que me deixou muito feliz, afinal, fiz uma super propaganda no primeiro dia e tenho que fazer por merecer a confiança dos professores. Como é bom ouvir isso, nossa...
Bem , após os relatos, fizemos a atividade da produção textual partindo de gravuras, como na primeira etapa da formação e foi bem legal. Acho incrível como os cursistas têm a mesma postura dos nossos alunos, servindo de termômetro para o andamento das oficinas. Graças a Deus,até agora parece que tenho tido boas respostas. É bacana também que sempre criam outras alternativas para a aplicação da atividade. Acho isso fabuloso. Penso que o Gestar é um rumo, mas não deve ser algo pronto nem estanque.
Na seqüência, levei três textos cujo eixo temático era o sensacionalismo e a violência na televisão. Um dos textos era literário (um conto do Scliar), uma charge e um artigo de opinião. A questão era: em qual ordem apresentariam para os alunos?
Embora o artigo fosse mais claro e linear, todos os cursistas disseram que apresentariam primeiro o conto do Scliar O clube dos suicidas, justificando com o fato de chamar mais a atenção dos alunos, pelo aparente humor que ele traz. Também é bem interessante para trabalhar a entonação da leitura, muito evidenciada neste texto. Em um segundo momento disseram trabalhar com a charge e somente no final com o artigo. Pareceu-me interessante essa escolha, usando como critério o sabor de Rubem Alves. Realmente, nossos alunos não gostam de ler e me parece que os professores tem razão em deixar o texto mais sério para depois e começar pelo prazer, pelo diferente, embora, se eu não me engano, não tenha sido essa a orientação recebida no nosso encontro. Também temos que reconhecer que cada região tem sua realidade e deve ser respeitada.
Finalizei com um “resumo” das idéias da TP4 no Data Show. O tempo estava quase se esgotando e teve de ser um pouco rápido, mas, se necessário, retomo algumas questões no próximo encontro, que será somente no dia 03/08, pois os professores estão de férias por duas semanas.
Então, até a volta!!!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Oficina Livre do dia 06/07/09

Infelizmente nosso encontro da semana anterior não aconteceu devido a um alerta de temporal da Desfesa Civil. Assim, as escolas fecharam e tivemos que que cancelar nosso encontro.
Mas nessa segunda ele aconteceu.
Primeiramente ouvi novos relatos dos professores. O mais interessante foi o da cursista Débora, que desenvolveu a atividade do dicionário com a turma mais "difícil" da escola. Além da aula ter sido um sucesso, a cursista relatou que o relacionamento dela com os alunos da turma mudou completamente. Mesmo nas aulas mais voltadas à gramática, os alunos trabalham sério, pois sabem que tais conhecimentos servirão de ferramentas para as aulas "diferentes", pois é desta forma que se referem às atividades do Gestar.
Após os relatos entreguei mais algumaa cópias de atividades sobre gêneros textuais. No entanto, nosso foco da oficina foi o filme Os narradores de Javé. Assistimos ao filme, mas como os relatos e o tempo do filme tomaram bastante tempo, entreguei aos cursistas o roteiro para que refletissem sobre as questões e fizessem um texto sobre o filme, relacionando seu enredo com as questões trabalhadas na TP3.
Na próxima oficina iniciaremos a discussão sobre Processos de Leitura e Escrita.

domingo, 5 de julho de 2009

Oficina do dia 22/06

Oficina do dia 22/06/09

Sem dúvida, esse foi o melhor encontro até agora. Saí empolgadíssima, contente com a resposta que os cursistas trouxeram de suas primeiras experiências em sala de aula com o Gestar. Mas comecemos do começo...
Neste encontro, primeiramente, procurei esclarecer algumas dúvidas que senti que ficaram em aberto do encontro anterior especialmente a questão da dissertação. Por uma ótima coincidência, tive uma aula no pós-graduação sobre isso durante a semana. A professora nos colocou que uma dissertação ou redação, como é pedida nos vestibulares, por exemplo, logo serão substituídas, visto que dissertar e redigir nada mais é do que “escrever sobre” . O correto seria solicitar dos alunos um artigo de opinião ou qualquer outro gênero textual adequado para tratar de um determinado assunto. Ou seja, os alunos terão que dominar gêneros textuais diversos e suas funcionalidades. Com essa discussão, tudo se esclareceu.
Passemos, então, aos relatos orais dos professores sobre suas práticas em sala de aula, que foi o ponto máximo do encontro. Os professores estavam muito satisfeitos com os resultados e alguns até confessaram que foi a primeira vez que os alunos demonstram ficar chateados em ouvir o sinal que indicava o final da aula. Queriam continuar a atividade proposta, se engajaram verdadeiramente.
Muitos dos cursistas trabalharam a paródia do Baião, como fizemos no encontro anterior e disseram ter alcançado ótimos resultados; outros trabalharam com a questão do intergênero, partindo de classificados de jornais para produzir classificados poéticos. Mas o mais interessante foi perceber que eles estavam contentes por ter dado certo, além de se conscientizarem que os alunos percebem quando a aula tem sentido, foi planejada, elaborada para eles. Se sentem valorizados e demonstram através da realização das atividades que valeu a pena sentar e planejar algo que se enquadrava com aquela turma, que desenvolveria seu potencial,criativo, que seria funcional, divertido ou os dois ao mesmo tempo.
Também foi bacana de ver que alguns cursistas não se limitaram a fazer uma das atividades, mas já tinham todo um planejamento de dar seqüência ao trabalho com outras atividades, sejam elas do Gestar ou criadas por eles . Essa é a idéia do Gestar: não ser um curso onde se faz de conta que está se aperfeiçoando, mas para realmente mudar sua sala de aula.
Depois disso, passamos para duas atividades práticas bem interessantes: a montagem do vídeo-clip e os intergêneros manual de instruções, receita culinária e bula de remédio.
O vídeo-clipe nos tomou bastante tempo. Essa atividades consistia no seguinte: cada dupla recebeu a letra da música Eduardo e Mônica, do Legião Urbana e deveria desenhar em uma lâmina transparente duas estrofes pré-estabelecidas da canção. Feito isto, com o retro-projetor e a música de fundo, íamos passando seus desenhos e formando um clip. Foi muito divertido ver os desenhos dos colegas, em uma tentativa de interpretar o que a canção dizia
Após o intervalo partimos para a questão do intergênero, dividindo a turma em três grupos. Um criou um texto usando o gênero receita culinária, o outro um manual de instruções e o terceiro uma bula de remédio. Tomos se dedicaram bastante para a realização da atividade.No último momento demos uma olhada nas unidades 11 e 12 da TP3 e estabelecemos as atividades que poderíamos aplicar para nosso próximo relato. A próxima oficina será livre e pretendo trabalhar o filme Os narradores de Javé. Até a proxima!

domingo, 28 de junho de 2009

Oficina do dia 15/06/09

Após os primeiros encontros com os cursistas, finalmente havia chegado a hora de mostrar para que o Gestar veio.
A primeira atividade desenvolvida neste dia, para abrira discussão sobre a TP3 ( Gêneros e tipos textuais) foi a distribuição dos Envelopes da Linguagem em duplas. Dentro de cada envelope tínhamos diferentes manifestações textuais, as quais as duplas deveriam estabelecer um critério e classificá-las. Já na entrega dos envelopes, notei que os professores se interessaram e queriam saber como conseguiam envelopes assim, lindos. Na verdade, assim como eles, nossos alunos também notam quando preparamos um material com dedicação, sentem-se valorizados e igualmente valorizam a atividade proposta.
Eu já esperava que eles fizessem exatamente o que eu fiz quando essa proposta foi feita pela Tamar, na semana se formação: separar os textos por tipos, sem ter a mínima idéia da diferença entre tipo textual e gênero textual. Foi o que aconteceu.
Daí , então, parti para a explicação deste tema que norteia a TP3, com o auxílio do data show e do material cedido pela Tamar. A maior dificuldade e resistência dos professores que encontrei foi na diferenciação do que são gêneros em uma classificação literária e do que são gêneros na lingüística textual. Foi difícil convencê-los de que a classificação de gêneros presente em todos livros didáticos de literatura não servia para a Língua portuguesa de maneira geral.
Feita essa apresentação, solicitei que reclassificassem os textos partindo da nova noção de gênero e tipo textual, seguido da leitura de alguns pontos da unidade 9 e 10 da TP3 .
Depois disso, fizemos algumas atividades práticas, embora a discussão teórica tenha nos tomado muito tempo.
Trabalhamos com a técnica de elaboração de perguntas e respostas partindo de nomes de filmes (visto que eu não tinha os cordéis para fazer com seus títulos, como fizemos com a Tamar); fizemos a técnica do dicionário, onde cada aluno tira de uma sacola palavras (conhecidas e desconhecidas) e devem dar ou inventar o significado das palavras, tentando se aproximar da linguagem utilizada no dicionário; fizemos a reecritura da música Baião, do Gonzaguinha, trabalhando a questão do intergênero.
Pareceu-me a que a atividade que mais lhes interessou foi a última, pois se empenharam e construíram ótimas paródias, além de comentarem que trata-se de um tipo de atividade que funciona muito bem com os alunos.
Para finalizar, apontei e discuti sobre as atividades entre as quais deveriam escolher uma para aplicar com os alunos, ou seja, os “Avançando na prática” das duas unidades. No entanto, também achei interessante incluir nas possibilidades de escolhas as atividades que fizemos em aula, além daquelas que estão nos AAA3. Acredito que isso amplie as possibilidades de aplicação dos professores e as chances de eu receber um relato de algo que não foi feito são menores. Afinal, Gestar é aplicação e não enrolação, hehehehh...
Pretendo, na próxima oficina, fazer uma retomada de alguns pontos que acho que não ficaram claros sobre Gêneros e Tipos Textuais, como a questão da Dissertação, por exemplo. Até a próxima!
PS: teve cursista encomendando envelopes iguais aos meus. Que onda, heim...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Relato da Oficina de 08/06

Relato da Oficina do dia 08/06

Neste dia, juntamente com a SMED do município, iniciamos o trabalho com um coquetel, unindo os professores da Matemática e do Português. Após esse momento e a fala da Secretária de Educação Jussara Bittencourt, demos início as oficinas separadamente.
Reunida com meus professores cursistas, iniciamos com uma técnica de apresentação, na qual cada professor devia escrever em uma folha colorida um trecho de uma canção, poesia ou livro que traduzia coisas importantes em sua vida. Cada um leu o que escreveu, e foram formando no quadro uma imagem com os papéis coloridos, algo como um mosaico. Essa dinâmica, que realizamos também com o pessoal da UnB traz a idéia de construção e reconstrução, visto que quem inicia o mosaico pensa em formar uma figura, que não pé a mesma que se tem ao final.
Achei incrível como o pessoal foi participativo, tanto nas apresentações como na construção do mosaico.
Na seqüência, esclareci como funcionariam as oficinas e avaliação do curso, com o auxílio do Power Point e foram distribuídos os livros, revisados e explicado do que se tratava cada TP e cada AAA. Também entregamos o calendário das oficinas.
Por fim, fizemos a Leitura do texto “A moça tecelã”, relacionando a técnica inicial com a mensagem do texto, trabalhando a questão do processo necessário de construção e desconstrução para a realização de nosso trabalho como professores de língua portuguesa.
Neste dia, não foi possível avaliar profundamente a oficina, visto que foi praticamente um primeiro contato com os cursistas e boa parte da noite foi preenchida pelo coquetel.
Até a próxima!!!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Memorial de professora

Minha caminhada na educação

Filha de uma professora que nunca permitiu que os baixos salários tornassem sua profissão diminuída, meu contato com o processo educacional sempre foi muito positivo. Embora pensasse em ser muitas outras coisas “quando crescesse”, essa mulher incansável sempre honrou muito a ação docente, a tal ponto de me convencer a ser professora. Algumas características pessoais também me fizeram pensar que seu poderia ser um pouquinho do que era minha mãe. Sempre fui líder na escola quando estudante, muito falante, nada inibida, curiosa, corajosa.
Assim, ingressei na Escola Estadual Dom Diogo de Souza, onde cursei o magistério, vendo aquela instituição sempre como um lugar onde eu não ia somente para aprender a ensinar, mas para aprender, ensinar, trocar, vivenciar. E definitivamente, lá amadureci muito, afinal, não é nada fácil decidir o que se vai ser quando crescer aos 15 anos.
Completado os três anos de Ensino Médio, prestei vestibular na UFRGS para o curso de Letras. Odiava as exatas e não sabia onde o sol nascia, achava história legalzinho e não sabia fazer sequer bonecos-palito. Amava ler. Só tinha uma saída: Letras!!! Nunca uma decisão foi tão fácil. Passado inacreditavelmente no vestibular, agora ia ter que encarar ao mesmo tempo o primeiro semestre e o estágio do magistério.
Com o estágio veio também a vontade de desistir. A teoria não batia com a prática e cansei de levar bronca da supervisora e de dar bronca nos alunos que pareciam ter sido contratados para dificultar minha vida. Foi aí que mais uma vez entrou em cena a super-mãe. Acho que se não fosse por ela, eu não teria cogitado a possibilidade de tentar mais uma vez.
Amei a UFRGS, venci o estágio, passei em um concurso do Governo do Estado para o CAT. Encarei os dois primeiros anos de estágio probatório com os primeiros anos de universidade. Mas eu só tinha 20 anos quando a direto ra da escola me convidou para lecionar Literatura para o Ensino Médio, à noite. Aceitei. Com medo, mas aceitei. Nunca foi tão difícil subir as escadas daquela escola para dar uma aula. Como eu iria encarar turmas onde muitos dos alunos eram mais experientes do que eu? Será que vão me respeitar? Será que aqueles dois anos de universidade era o suficiente? Encarei, respeitaram-me, muitos se tornaram meus amigos e foi a melhor experiência que tive até hoje no magistério. Fiquei três anos lá a noite e só tive que sair pois era a hora de finalizar a monografia, cujo tema não podia ser outro: A Literatura no Ensino Médio.
E no último dia de aula, após me despedir dos alunos nas últimas aulas, fui para a sala dos professores um pouco triste, quando ouvi a música Como nossos pais vindo da rua. Achei estranho, pois não era bem esse o tipo de som que costumávamos ouvir no último volume na rua da escola. Saí para ver o que era. Eram todos os alunos, no meio da rua, em frente à escola. Haviam organizado uma festa de despedida como nunca havia imaginado: mensagens, presentes, fogos, dedicatórias, festa, bolo... Jamais esquecerei aquela noite, assim como não esquecerei de nosso passeio ao teatro para assistir Bailei na curva. Os alunos lotando o teatro e aplaudindo de pé os atores no final, muitos com lágrimas nos olhos.
Segui trabalhando com os pequeninos, o que também me traz muita satisfação. Passei por todas as séries, embora prefira a 4ª. Ingressei no Ensino Municipal, onde lecionei por 3 anos com o CAT, até fazer um concurso para a área. Passei e hoje trabalho na Escola Cléo dos Santos, onde tenho turmas de 5ª e 6ª séries. Sigo também na escola estadual, com minha amada 4ª, onde consigo aplicar meus conhecimentos de Língua Portuguesa e não traumatiza-los muito nas exatas.
Este ano, além das duas escolas, também iniciei um Pós-Graduação na área de Ensino de Língua e Literatura e estou envolvida no GESTAR II, onde espero conseguir atingir os objetivos e, acima de tudo, aprender com meus colegas.

domingo, 31 de maio de 2009

Avaliação do apresentação do Gestar II

No dia 20/05/2009 os professores de Língua Portuguesa e Matemática da Rede Municipal de Ensino de Alvorada foram convocados para comparecer nas dependências da SMED para que o projeto Gestar II fosse apresentado.
A secretária de educação, Jussara Bittencourt fez a fala inicial, saudando os professores e afirmando a importância de projetos como este para a educação do país. Após este momento, eu, professora Aline (formadora de Língua Portuguesa) e o professor Cláudio (formador de Matemática) explicarão melhor o projeto, focando cada um em sua disciplina e relatando a experiência vivida na semana de formação com os professores da UnB.
Antes de entregarmos as fichas de adesão para que os professores preenchesses, abrimos espaço para questionamentos e comentários. Foi neste momento que tivemos uma excelente surpresa e sanamos uma de nossas maiores angústias surgidas durante nossa primeira formação: os professores mostraram um enorme interesse em participar do projeto e poucos não aderiram ao projeto.
O maior obstáculo enfrentado pelos professores foi a questão da disponibilidade de tempo, visto que a maioria deles não trabalha somente na rede municipal de ensino.
No entanto, mediante esse problema, e ao fato de não podermso atingir a todos este ano, já estamos pensando em dar sequência a grupos de estudo nos anos seguintes, como formação continuada, com base no material do Gestar II.
Após analisar as fichas preenchidas pelos professores de LP, concluimos que a maioria deles (aproximadamente 20 professores) teriam a disponibilidade de fazer a formação às segundas-feiras à noite. Assim, a formação se dará neste dia da semana.
Rumo ao planejamento das oficinas!!!

sábado, 23 de maio de 2009

Memorial de leitora

Aline no país das letras

Nós, adultos, temos uma grande dificuldade de lembrarmos das passagens de nossa infância. Mas as coisas que realmente são marcantes, aparecem em nossa memória através de imagens, cheiros, sabores, sensações. Infelizmente, nossas primeiras conquistas fazem parte da primeira infância e, dessas, não lembramos mesmo. Nosso primeiro banho, nossos primeiros passos, a primeira mamadeira, a primeira gargalhada e nossa primeira palavra alegraram nossos pais e os encheram de orgulho, que aguardavam por tudo isso com expectativa. Mas a alegria de, finalmente, decifrar aqueles símbolos negros que me saltavam aos olhos, ah, disso me lembro muito bem.
Em minha casa moravam meu pai, minha mãe e minha avó paterna, Elsa. E-L-S-A . Isso mesmo, era assim que ela repetia, quando perguntavam seus nome, soletrando. Foram vinte e três anos adormecendo ao lado dela, no mesmo quarto, com um abajur que separava as camas. Antes de dormir, e para incitar o sono, ela pegava sua revista de fotonovela e lia. Ria, comentava, apagava o abajur e adormecia.
Mas um dia, além de trazer novas revistas da casa de seu irmão, minha avó trouxe também alguns gibis. Foi então que comecei a imitá-la. Todas as noites ela e eu dividíamos a luz do abajur e , mesmo sem ter a mínima idéia do que estava escrito naqueles balões, criava histórias em minha cabeça, lia as imagens e só fechava os olhos quando ela o fazia.
Mas a curiosidade em decifrar aqueles pontinhos pretos ia crescendo e um dia, com a permissão de minha vó, convidei as filhas do zelador do prédio para irem lá em casa brincar de escola. Embora eu quisesse ser a professora, era a minha chance de começar a aprender a ler. Elas eram mais velhas e já freqüentavam a escola. Dito e feito. A brincadeira se estendeu por semanas.
Em um domingo pela manhã, minha mãe e eu estávamos na sala de casa, quando peguei o jornal e comecei a ler. Minha mãe pensou que mais uma vez eu estava lendo as imagens, mas achou a leitura diferente do que das outras vezes. Esforçava-me muito e algumas sílabas demoravam para sair. Quando foi conferir, minhas palavras eram exatamente as mesmas que estavam escritas no jornal. Ficou surpresa, e acredito que muito feliz.
Ingressei na pré-escola alfabetizada. Minha alfabetizadora? Minha avó, Elsa. E-L-S-A. Duas vogais e duas consoantes. Dissílaba. Paroxítona. Substantivo próprio. Acho que isso ela não sabia. Também, não fez diferença. Mas que ela soube despertar me mim a curiosidade necessária para entra naquele espelho, isso ela soube.