domingo, 28 de fevereiro de 2010

O que o Gestar representou pra mim?

Avaliação do Gestar II - Língua Portuguesa

Assim tudo começou...
Na primeira formação do Gestar, tivemos medo, susto, vontade de sair correndo e, como disse para minha coordenadora no terceiro dia, estava querendo me atirar no Guaíba. Mas o que aconteceu é que a promessa da Tamar, que depois de quarto dia tudo iria estar mais claro, se concretizou. Chegamos, na hora do desespero, a ligar para a secretária de educação do município e dizer que o projeto era inviável, que nenhum professor iria topar aquela loucura toda. Mas na sexta-feira já estávamos planejando como colocar tudo aquilo em prática, adaptando a nossa realidade.
Meu maior medo não era, de modo algum, passar adiante aquilo que eu havia aprendido, que, aliás, não foi pouco. Confesso que aprendi mais em cinco dias sobre a prática em sala de aula, do que em cinco anos de universidade. Já havia ingressado no pós, justamente para me sentir segura e embasada nesse papel que eu iria desenvolver. Meu medo era de encarar os professores do meu município, que, como estou incluída, sei muito bem como são: capacitados, interessados, mas muito críticos. Será que um professor de 25 anos de carreira iria ouvir alguém com 8 anos no magistério? Qual era a fórmula para não ser alvo de críticas, deboches, indiferença?
Bom, o jeito foi ser eu mesma e seja o que Deus quiser.
No primeiro dia a tremedeira foi geral, mas consegui vender bem o peixe. Todos ficaram empolgados. Eis que surge o grande problema: tempo! Foi isso que impediu que muitos professores participassem.
Dado o pontapé inicial, o jeito era tocar em frente. A cada encontro perecbia que estava dando mais certo e a fórmula logo foi descoberta: professores que amam o que fazem, querendo fazer ainda melhor, querendo conquistar seus alunos. Assim foi fácil. As trocas enriqueceram nossas oficinas, que foram adaptadas às situações que vivemos em nosso município. O desânimo era algo que não existia e as dificuldades dos alunos eram expostas seguidas de uma preocupação de como superá-las e nunca com um fatalismo impossível de mudança. E foi isso que me fez seguir, mesmo naqueles dias frios e de chuvas. Ver o que é educar de verdade e saber que em Alvorada os alunos têm professores que acreditam neles, independente da realidade em que estão inseridos.
Com o tempo aquele arrependimento de ter aceito o convite da SMED foi dando lugar à valorização dessa oportunidade única que tive. Trabalhar com os professores me encorajou para muitas outras tarefas as quais eu achava inviável e agora não acho mais.
Creio também que os cursistas só mudaram sua prática pedagógica porque viram que eu também acreditava muito nesse projeto, também estava em sala de aula e mostrava meus resultados.
Em minha opinião, o MEC, em parceria com a UnB, está de parabéns por esse maravilhoso projeto. É muito bom saber que lá em cima tem gente que sabe o que está fazendo, que apoia mudanças reais, que é inteligente, sem ser inflexível. Espero que essas oportunidades criem dimensões cada vez mais amplas, em todas as áreas do conhecimento. O que está sendo feito em prol da educação é inovador, é inédito. E que os estados e municípios compreendam a importância dessas parcerias como Alvorada entendeu, colocando os futuros cidadãos da cidade em primeiro lugar.
Obrigada UnB, Tamar, MEC, Solange, Secretária Jussara, meus amados cursistas.
Quem sabe essas parcerias não possam ter sequencia...
Parabéns para todos nós!

Despedida

Última confraternização - 16/12

Este foi , sem dúvida, um dia muito especial. Chegar ao final de uma etapa tão importante na minha vida, com sucesso, é maravilhoso.
Cada cursista que foi chegando entregou seu material, ou seja, portfólio completo e outros materiais que arrecadarm dos alunos durante seus projetos.
Após a chegada de todos, entreguei uma avaliação por escrito, onde os cursistas deveriam relatar sobre pontos positivos e negativos sobre o Gestar II de Língua Portuguesa, além de dar sugestões para uma possível abertura de uma nova turma no ano de 2010. Fiquei super contente com o que li nas avaliações, assim como achei super válidas as sugestões, que giraram basicamente ao redor da questão TEMPO. Realmente, se não fosse por muita força de vontade e agilidade dos foramdores e cursistas, o projeto não vingaria no RS, que foi um dos últimos (se não o último) estado a receber o projeto.
Bem, após as avalaliações, passei pra eles no telão três vídeos, que achei adequados para a situação. Dois deles foram sugestões da Tamar e um deles foi uma montagem de fotos da turma. Vejam:





Depois de assistirmos os vídeos. fiz uma fala de agradecimento e passei a palavra para minha coordenadora, Solange e para a secretária de educação Jussara. O ponto em comum de nossas colocações estava justamente na valorização daquele professor que, depois de dar aula um dia inteiro, tinha disposição para participar de nossas oficinas todas as segundas-feiras. Realmente, esses mestres estão de parabéns.

Assim, é chegada a hora de confraternizar!!! Entregamos os presentes do nosso amigo secreto, que foi divertido, e fizemos um happy hour.

Combinamos de, ainda nos encontrarmos um dia no início de abril para que eu possa devolver os portfólios e fazer uma solenidade de entrega dos certificados. A data foi marcada devido ao último encontro com o MEC, que será no final de março.

Embora tenha dado trabalho, sentirei muita saudade dos encontros e dos meus cursistas queridos!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Apresentação dos projetos - 07/12

Apresentação dos projetos - 07/12

Relatar todos os projetos, minunciosamente, tornaria essa postagem uma eternidade, visto que cada cursista falou de seu trabalho de forma empolgada, detalhada e com um brilho no olho de quem realmente conseguiu mudar sua prática pedagógica e ver que deu certo. Assim, listarei os cursistas e esboçarei resumidamente sobre o que trata cada projeto apresentado, com tema e atividades centrais. Mas antes disso, fiquei muito feliz, pois todos estavam prontos para a apresentação. Não é a turma que qualquer professor pediu a Deus?

* Débora Abruzzi
A temática escolhida para o projeto foi "O tabagismo", trabahado na perpectiva dos gêneros textuais no ensino da leitura e da escrita. A idéia de desenvolver esse tema aconteceu após trabalhar o texto Circuito Fechado em sala de aula e observar que o que mais chamou a atenção dos alunos foi quantas vezes o personagem acendia um cigarro no período de um dia. Foram elaborados painéis, paródias, pesquisas, coreografias e panfletos durante o desenvolvimento do projeto.

* Mônica Wendt
A temática escolhida para o projeto foi "Cantando a diversidade" e também incluiu as disciplinas de História e Ensino Religioso. Durante o desenvolvimento do projeto tivemos pesquisas, análise de músicas, estudo de palavras de origem africana, cartazes e apresentações artísticas.

* Adriana Pegoraro
Seu projeto teve como título " Gêneros Textuais: leitura e escrita". Incluiu-se na metodologia de trabalho músicas, filmes, dramatização, recortes e colagens. Foram englobados os mais diferentes gêneros, tais como: diários, biografias, bulas, receitas, horóscopo, cartas etc.

* Luciane Argenta
Também desenvolveu a temática da diversidade, semelhante ao projeto da Mônica. É possível que essa recorrência do tema se dê devido ao intenso trabalho da Secretaria de Educação voltado a esse assunto e também a obrigatoriedade de, anualmente, as escolas apresentarem o que desenvolveram neste âmbito.

* Carlos André
O título do projeto foi "Poesia em sala de aula: o aluno como um poeta em potencial". Toda a motivação para o projeto partiu do poema "A pesca", de Affonso Romano de Sant'ana. O fechamento do projeto foi uma sessão de autógrafos do Caderno de Poesia, onde foram digitadas todas as posias criadas pelos alunos durante o processo. O trabalho ficou lindo!

* Nilviana dal Soler
Seu projeto girou em torno da prevenção ao uso de crack, visto que tal problema assombra a realidade local. Foram lidos textos sobre o assunto, realizadas palestras, elaboração de cartazes preventivos e de alerta, instituido o dia de prevenção ao uso de drogas na escola, produção de cartas para serem entregue ao poder público. O projeto também foi interdisciplinar.

* Rosângela Moura
O projeto da cursista abordou a questão ético-racial. Iniciou pela descrição dos rostos dos colegas, elaboração de painéis, pesquisas, leitura coletiva do livro "Felicidade não tem cor", montagem de quebra-cabeças, produção de textos e criação de uma boneca eescrita de sua história.

* Eliane Retamoso
Seu projeto foi baseado no incentivo a leitura, com criação da sacola da leitura e revitalização da biblioteca escolar.

* Isabela
Seu projeto foi baseado na utilização da informática nas aulas de Língua Portuguesa, com um viés na semiótica.

* Rosane Cazuza
Projeto baseado também na questão da diversidade.

Maiores detalhes sobre os projetos, assim como materiais dos alunos serão levados no nosso encontro final, em março. Fiquei bastante satisfeita com os resultados.
Fizemos um amgo secreto, que revelaremos na semana que vem, no que será praticamente nosso útimo encontro. Digo "praticamente" porque ainda nos encontraremos em março para entrega de certificado e devolução dos portfólios que serão recolhidos semana que vem.
Até a próxima.

Oficina de 30/11

Oficina de 30/11

Iniciamos nossa oficina com os relatos da aplicação das atividades da primeiras unidades da TP2. Infelizmente, o final do ano, as exigências das escolas e a organização do material burocrático exigido andam atrapalhando bastante os projetos em andamento. Alguns cursistas não conseguirão colocar em prática suas idéias exatamente como elaboraram. No entanto, o que há de positivo nisto tudo é que todos pretendem, no ano que vem, seguir com seus projetos, reiniciá-los de modo mais tranquilo e até mesmo colocar em prática os projetos de outros cursistas, pelos quais se interessaram também.
Após os relatos, um desafio, que me atormentou por semanas, precisava ser resolvido. Na Feira do Livro de Porto Alegre, participei de um bate-papo com Moacir Scliar. Em uma de suas falas, sempre muito interessantes e bem-humoradas, Scliar afirmou que achava válido qualquer tipo de leitura (idéia compartilhada em absoluto por mim). Concluiu, comicamente, dizendo que só acharia estranho alguém ler a lista telefônica, visto que o número de personagens poderia confundir o leitor. Pois depois de uma boa risada, fui pra casa com algumas interrogações. Mas a lista também não é texto? Será que não podemos tirar informações dali? Ela não nos diz nada?
Como sei que meus cursistas são brilhantes, levei para essa oficina uma página da lista para cada dupla e pedi que, partindo do que ali estava, pensassem em possibilidades de trabalhar a Língua Portuguesa em sala de aula. Passados alguns minutos, lá vêm as maravilhas. Desde as idéias mais óbvias, como trabalhar ordem alfabética, até a produção textual literária, com possíveis diálogos, encontros e desencontros daqueles "personagens" da vida real que ali estavam, com direito a caracterizações dos mesmos.
Após essa atividade, começamos a análise das últimas unidades da TP2, que tratam de como abordar e sensibilizar nossos alunos para a arte em sala de aula. A idéia central e unânime foi sobre a importância de, no início de uma aproximação com a arte, sempre traçar paralelos entre algo da realidade do aluno e o objeto artístico, para que tudo faça sentido. Sem dúvida, após o processo, chegará o momento em que isso já não será mais necessário.
Outro ponto da unidade que foi bastante discutido foi o quadro do Magritte, que retrata a
imagem de um cachimbo, mas que embaixo traz a frase "Isso não é um cachimbo". Bom, aí fomos longe...Desde da retomada das teorias de Saussure, sobre significante e significado, passando pela individualidade de interpretação até a necessidade da imaginação e leitura do que não está dito quando o assunto é arte.
Após esse momento de reflexão, comentamos as demais atividades.
O grupo já havia solicitado com antecedência mais um tempo para finalizarem a estrutura de apresentação de seus projetos, que será no dia 07/12, ou seja, já na semana que vem. Sabendo das dificuldades que estão passando pela falta de tempo, não tinha como negar esse momento aos meus cursistas, sempre tão esforçados e dedicados. Acredito que esse momento de relato de seus projetos será muito interessante para o grupo.
Até a próxima!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Oficina de 23/11

Relato da Oficina de 23/11

Primeiramente, neste encontro, tivemos os relatos das atividades aplicadas durante a semana. Todos os cursistas aplicaram uma das quatro atividades trabalhadas na oficina anterior, além dos Avançando na Prática e atividades do AAA1. Todas as experiências foram bem sucedidas, sem ressalvas. Aliás, conforme o cursista André, nossa turma deve estar entre as que mais aplicaram atividades do Gestar em sala de aula. Nunca nos contentamos em aplicar só um Avançando na Prática por obrigação. Fomos além dos materiais e sempre nos preocupamos em dar sequência às atividades.
Chegamos em nossa última TP a ser trabalhada, a TP2. Embora as demais TPs tenham sido muito bem recebidas pelos cursistas, estava faltando em nossas discussões o X da questão: onde fica a gramática nisto tudo?
Como fiz nas demais TPs, trouxe um resumo da TP em slides, com as principais idéias e conceitos para discutirmos. Depois de muitas falas, chegamos a conclusão que gramática só tem sentido de ser ensinada no texto, percebendo realmente sua funcionalidade, ou então de maneira descontraída, com jogos e de forma mais lúdica. De outra forma, isso não funciona mesmo. Por não fazer sentido para o aluno, por não ser prazeroso. O educando precisa saber porque está aprendendo aquilo, e no texto fará sentido, sendo ferramenta, como diria Rubem Alves. Ou então, é chegada a hora de abrir a caixa dos brinquedos.
Após esta exposição mais teórica, entreguei aos cursistas as provas do ENEM de 2008, para que eles analisassem as questões de Língua Portuguesa. Acho que foi a cartada final para provar a inutilidade de nossos métodos tradicionais de ensinar gramática, pois estaríamos impedindo nosso aluno de desenvolver capacidades que são cobradas em exames como este, que lhe trarão oportunidades que não podem ser aniquiladas por professores que não se atualizam.
Após esta análise, realizamos duas atividades da “caixa de brinquedos”. A primeira foi uma corrida ortográfica, onde cada grupo tinha que ir até o painel e completar as palavras com S,Ç, SC, C ou SS. Foi muito interessante ver que nós mesmos professores temos algumas dificuldades em relação a tais regras. Também conversamos muito sobre a falta que faz não termos tempo em sala de aula para trabalharmos a origem de nossas palavras, pois isto resolveria muitas dúvidas em relação à escrita.
A segunda atividade foi interdisciplinar com Geografia. Cada grupo recebeu um mapa do Brasil grande e cartinhas com adjetivos pátrios relacionados aos estados do Brasil. As cartas ficavam viradas e cada componente devia tirar uma cartinha e colocar corretamente sobre o estado correspondente.
Por fim, fizemos o “vai pro trono ou não vai” com as atividades do AAA2, onde os cursistas destacaram aquelas atividades que julgaram mais interessantes para serem aplicadas.
Até a próxima!

Oficina de 16/11

Oficina de 16/11

Neste dia retomamos algumas atividades da TP1 que não tivemos tempo de discutir na oficina anterior. Uma prática que tem ocorrido sempre em nossas oficinas é o que chamo de “Vai pro trono ou não vai?”, que consiste no seguinte: divido a turma em duplas ou trios para analisar determinadas atividades dos AAs e apresentá-las aos demais, indicando ou não para serem aplicadas. Se a dupla gosta da atividade e acha que se encaixa bem com nossa realidade, a atividade vai pro trono, caso contrário, não vai.
Mas, na verdade, percebemos que na própria TP1 havia textos que poderiam ser utilizados com os alunos, pois estão bem relacionados com suas vivências e com seus problemas. Esses textos são: Ciúme, Divórcio, Sexa e Porã. Os dois primeiros retratam bem o que muitas crianças vivem em seus lares, que é o ciúme dos irmãos e a situação de conviver com pais separados, embora no contexto de nossas vilas da cidade de Alvorada, muitas vezes este convívio não seja tão harmonioso. Muitos não sabem quem são seus pais ou os perderam para o tráfico, para a prostituição, para o crime. No entanto, abrem uma discussão que pode ser adaptada de acordo com essa realidade.
O texto Sexa, do Luis Fernando Veríssimo, além de ser muito engraçado e prazeroso de ler, também pode abrir uma aula sobre gêneros do substantivo, nas quintas séries de forma prazerosa e agradável, antes de conceitos, visto que muitos chegam das séries iniciais achando que gênero masculino e feminino só está relacionado a seres vivos, aos ditos “pares”.
Por fim, o texto Porã traz a discussão do respeito à diversidade, tão trabalhada no mês de novembro, embora seja uma temática que não pode se restringir neste mês. Também acho interessante o fato de não abordarmos somente a questão da discriminação do negro em nosso país, mas de todas os outros grupos que sofrem esse tipo de preconceito, como os indígenas, por exemplo, que ainda são vistos como mitos, lendas, seres não-evoluídos em nossa sociedade.
Apões essas leituras e discussões, realizamos quatro excelentes atividades que podem ser aplicadas em sala de aula.
A primeira se chama “Minhas sete melhores desculpas para...”, onde cada um deveria criar e escrever desculpas para: ter faltado ao Gestar; não ter ido àquele encontro com os amigos; não ter corrigido as provas dos alunos ainda; ter ido ao aniversário da vó com roupas inadequadas etc. Já para os alunos, sugeriu-se que criassem desculpas para não terem arrumado o quarto, não terem tomado banho, terem tirado nota baixa em Português, terem chegado tarde em casa, terem trazido um cachorrinho vira-lata para dentro de casa e não terem feito o tema. Acreditamos que a atividade é interessante pois brinca-se com as nossas mentirinhas diárias de um jeito leve, explora a criatividade, o humor e a produçãp escrita dos alunos.
A segunda atividade consistia no seguinte: levei três placas, sendo que na primeira estava escrito “Concordo plenamente porque...”, na segunda “Discordo totalmente porque...” e na terceira “ Ainda não tenho opinião formada porque...” Então, eu lançava assuntos polêmicos e os cursistas deviam se posicionar perto da placa que expressava sua opinião. Depois de posicionados, os grupos tinha, que argumentar oralmente sua posição frente àqueles assuntos (gravidez na adolescência, liberação das drogas, casamento homossexual, eutanásia, pirataria etc). A atividade foi muito bacana, os professores se interessaram em aplicar, pois trabalha esta questão da oralidade em sala de aula, do falar quando se tem o quê e o porquê de falar. No entanto, claro que pensamos em assuntos mais leves, direcionados para a fase em que nossos alunos estão vivendo.
A próxima atividade foi a construção de um teste psicológico, destes que aparecem em sites e revistas femininas. Primeiro apliquei um teste com os cursistas, cuja pergunta central era “Você é um consumista desenfreado?”. Após terem respondido o teste e visto quais eram os resultados, cabia a eles construírem um teste do tipo, com a temática que quisesse. Entre as escolhidas tivemos “Você é um bom aluno?”, “Que tipo de professor você é?”, “Você é um bom colega de trabalho”?.
Mas a atividade de fechamento foi a mais interessante , em minha opinião. Levei um CD com as mais diversas músicas gravada, desde de New York, New York, até Parabéns Gaudério. Os cursistas tinham que produzir um texto e ir encaminhando o enredo de acordo com as música que iam tocando. Para isso, poderiam se guiar pelo rtmo, letra ou lembranças que tal música lhe trazia. Tudo isso, tentando ser coerente em sua produção. Os textos ficaram maravilhosos! Alguns mais engraçados, outros bem poéticos.
Essa foi uma das oficinas que mais me empolgou. Os cursistas participaram ativamente das atividades e tenho certeza que semana que vem trarão relatos maravilhosos destas atividades.Até a próxima!

domingo, 15 de novembro de 2009

Oficina de 26/10

É... Nesta altura do ano já estamos de arrasto, e não são só os cursistas, heheheh. Mas vamos lá galera, agora estamos na reta final.
Neste dia fizemos uma Oficina Livre. Assim, optei por trabalhar melhor a questão da interpretação textual e níveis de leitura.
Primeiro ouvimos os relatos dos professores. Pelo que comentaram , as atividades "Aula de internetês" e "polas" fizeram sucesso. Sobre a primeira, os cursistas comentaram que nunca viram eles escreverem com tamanho silêncio, visto que a regra era não falar, assim como em uma lan hause. Também comentaram que, quando pediram que "saíssem da sala" para encerrar a atividade, pediram para poder escrever mais um pouco, pode????? Heheheh. Que maravilha!!!. Tudo de bom um professor ouvir de um aluno que quer escrever mais.
Bom, voltando a interpretação, lemos um texto e pedi que cada trio elaborasse questões interpretativas para aquele texto. Depois que cada grupo colocou no quadro suas questões. Organizamos a ordem em que estas questões deveriam ser passadas aos alunos, de acordo com a importância e os níveis de leitura. Outra discussão importante foi sobre a questão das perguntas cujas respostas são as chamadas "pessoais". Muitos professores de Língua Portuguesa lançam perguntas deste tipo achando que, depois de um amontoado de perguntas óbvias, essas são a demonstração do quanto são inovadores. No entanto, esquecem do mais importante em uma interpretação de texto: o texto. Claro que é importante o exercício da oralidade, dos momentos de expressão, mas tudo tem hora. E não são perguntas cujas respostas são de cunho pessoal que salvam a interpretação, assim como o uso do texto como pretexto para o ensino da gramática também não são. Como diz minha professora Maria Luci, do curso de pós graduação, temos que olhar o miudinho do texto, analisar a língua, as pistas textuais. Fazer o aluno ler o dito e o não dito.
Após essas discussões, havia prometido aos alunos que daria um tempo para conversarem entre si sobre os seus projetos e tirarem dúvidas, visto que no dia 07/12 terão que apresentá-los para turma, assim como entregar um resumo deles para os demais, para que possam, assim que possível e se de interesse for, aplicar também. Mais uma vez o tempo tem sido nosso inimigo. Alguns professores não conseguirão aplicar na íntegra o projeto. Conversando, chegamos a conclusão que daremos nosso máximo. Caso não saia exatamente como queríamos, é bom lembrar que não estamos no Gestar para mudar nossas aulas por um ano. O Gestar é transformação. Sei que estão felizes com os resultados, e nada como saírmos satisfeitos de nossas aulas. Tenho certeza que meus professores não serão barrados pelo tempo, até porque eles são muito especiais e dedicados.
Bom, até a próxima.