quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Oficina de 23/11

Relato da Oficina de 23/11

Primeiramente, neste encontro, tivemos os relatos das atividades aplicadas durante a semana. Todos os cursistas aplicaram uma das quatro atividades trabalhadas na oficina anterior, além dos Avançando na Prática e atividades do AAA1. Todas as experiências foram bem sucedidas, sem ressalvas. Aliás, conforme o cursista André, nossa turma deve estar entre as que mais aplicaram atividades do Gestar em sala de aula. Nunca nos contentamos em aplicar só um Avançando na Prática por obrigação. Fomos além dos materiais e sempre nos preocupamos em dar sequência às atividades.
Chegamos em nossa última TP a ser trabalhada, a TP2. Embora as demais TPs tenham sido muito bem recebidas pelos cursistas, estava faltando em nossas discussões o X da questão: onde fica a gramática nisto tudo?
Como fiz nas demais TPs, trouxe um resumo da TP em slides, com as principais idéias e conceitos para discutirmos. Depois de muitas falas, chegamos a conclusão que gramática só tem sentido de ser ensinada no texto, percebendo realmente sua funcionalidade, ou então de maneira descontraída, com jogos e de forma mais lúdica. De outra forma, isso não funciona mesmo. Por não fazer sentido para o aluno, por não ser prazeroso. O educando precisa saber porque está aprendendo aquilo, e no texto fará sentido, sendo ferramenta, como diria Rubem Alves. Ou então, é chegada a hora de abrir a caixa dos brinquedos.
Após esta exposição mais teórica, entreguei aos cursistas as provas do ENEM de 2008, para que eles analisassem as questões de Língua Portuguesa. Acho que foi a cartada final para provar a inutilidade de nossos métodos tradicionais de ensinar gramática, pois estaríamos impedindo nosso aluno de desenvolver capacidades que são cobradas em exames como este, que lhe trarão oportunidades que não podem ser aniquiladas por professores que não se atualizam.
Após esta análise, realizamos duas atividades da “caixa de brinquedos”. A primeira foi uma corrida ortográfica, onde cada grupo tinha que ir até o painel e completar as palavras com S,Ç, SC, C ou SS. Foi muito interessante ver que nós mesmos professores temos algumas dificuldades em relação a tais regras. Também conversamos muito sobre a falta que faz não termos tempo em sala de aula para trabalharmos a origem de nossas palavras, pois isto resolveria muitas dúvidas em relação à escrita.
A segunda atividade foi interdisciplinar com Geografia. Cada grupo recebeu um mapa do Brasil grande e cartinhas com adjetivos pátrios relacionados aos estados do Brasil. As cartas ficavam viradas e cada componente devia tirar uma cartinha e colocar corretamente sobre o estado correspondente.
Por fim, fizemos o “vai pro trono ou não vai” com as atividades do AAA2, onde os cursistas destacaram aquelas atividades que julgaram mais interessantes para serem aplicadas.
Até a próxima!

Oficina de 16/11

Oficina de 16/11

Neste dia retomamos algumas atividades da TP1 que não tivemos tempo de discutir na oficina anterior. Uma prática que tem ocorrido sempre em nossas oficinas é o que chamo de “Vai pro trono ou não vai?”, que consiste no seguinte: divido a turma em duplas ou trios para analisar determinadas atividades dos AAs e apresentá-las aos demais, indicando ou não para serem aplicadas. Se a dupla gosta da atividade e acha que se encaixa bem com nossa realidade, a atividade vai pro trono, caso contrário, não vai.
Mas, na verdade, percebemos que na própria TP1 havia textos que poderiam ser utilizados com os alunos, pois estão bem relacionados com suas vivências e com seus problemas. Esses textos são: Ciúme, Divórcio, Sexa e Porã. Os dois primeiros retratam bem o que muitas crianças vivem em seus lares, que é o ciúme dos irmãos e a situação de conviver com pais separados, embora no contexto de nossas vilas da cidade de Alvorada, muitas vezes este convívio não seja tão harmonioso. Muitos não sabem quem são seus pais ou os perderam para o tráfico, para a prostituição, para o crime. No entanto, abrem uma discussão que pode ser adaptada de acordo com essa realidade.
O texto Sexa, do Luis Fernando Veríssimo, além de ser muito engraçado e prazeroso de ler, também pode abrir uma aula sobre gêneros do substantivo, nas quintas séries de forma prazerosa e agradável, antes de conceitos, visto que muitos chegam das séries iniciais achando que gênero masculino e feminino só está relacionado a seres vivos, aos ditos “pares”.
Por fim, o texto Porã traz a discussão do respeito à diversidade, tão trabalhada no mês de novembro, embora seja uma temática que não pode se restringir neste mês. Também acho interessante o fato de não abordarmos somente a questão da discriminação do negro em nosso país, mas de todas os outros grupos que sofrem esse tipo de preconceito, como os indígenas, por exemplo, que ainda são vistos como mitos, lendas, seres não-evoluídos em nossa sociedade.
Apões essas leituras e discussões, realizamos quatro excelentes atividades que podem ser aplicadas em sala de aula.
A primeira se chama “Minhas sete melhores desculpas para...”, onde cada um deveria criar e escrever desculpas para: ter faltado ao Gestar; não ter ido àquele encontro com os amigos; não ter corrigido as provas dos alunos ainda; ter ido ao aniversário da vó com roupas inadequadas etc. Já para os alunos, sugeriu-se que criassem desculpas para não terem arrumado o quarto, não terem tomado banho, terem tirado nota baixa em Português, terem chegado tarde em casa, terem trazido um cachorrinho vira-lata para dentro de casa e não terem feito o tema. Acreditamos que a atividade é interessante pois brinca-se com as nossas mentirinhas diárias de um jeito leve, explora a criatividade, o humor e a produçãp escrita dos alunos.
A segunda atividade consistia no seguinte: levei três placas, sendo que na primeira estava escrito “Concordo plenamente porque...”, na segunda “Discordo totalmente porque...” e na terceira “ Ainda não tenho opinião formada porque...” Então, eu lançava assuntos polêmicos e os cursistas deviam se posicionar perto da placa que expressava sua opinião. Depois de posicionados, os grupos tinha, que argumentar oralmente sua posição frente àqueles assuntos (gravidez na adolescência, liberação das drogas, casamento homossexual, eutanásia, pirataria etc). A atividade foi muito bacana, os professores se interessaram em aplicar, pois trabalha esta questão da oralidade em sala de aula, do falar quando se tem o quê e o porquê de falar. No entanto, claro que pensamos em assuntos mais leves, direcionados para a fase em que nossos alunos estão vivendo.
A próxima atividade foi a construção de um teste psicológico, destes que aparecem em sites e revistas femininas. Primeiro apliquei um teste com os cursistas, cuja pergunta central era “Você é um consumista desenfreado?”. Após terem respondido o teste e visto quais eram os resultados, cabia a eles construírem um teste do tipo, com a temática que quisesse. Entre as escolhidas tivemos “Você é um bom aluno?”, “Que tipo de professor você é?”, “Você é um bom colega de trabalho”?.
Mas a atividade de fechamento foi a mais interessante , em minha opinião. Levei um CD com as mais diversas músicas gravada, desde de New York, New York, até Parabéns Gaudério. Os cursistas tinham que produzir um texto e ir encaminhando o enredo de acordo com as música que iam tocando. Para isso, poderiam se guiar pelo rtmo, letra ou lembranças que tal música lhe trazia. Tudo isso, tentando ser coerente em sua produção. Os textos ficaram maravilhosos! Alguns mais engraçados, outros bem poéticos.
Essa foi uma das oficinas que mais me empolgou. Os cursistas participaram ativamente das atividades e tenho certeza que semana que vem trarão relatos maravilhosos destas atividades.Até a próxima!