domingo, 28 de junho de 2009

Oficina do dia 15/06/09

Após os primeiros encontros com os cursistas, finalmente havia chegado a hora de mostrar para que o Gestar veio.
A primeira atividade desenvolvida neste dia, para abrira discussão sobre a TP3 ( Gêneros e tipos textuais) foi a distribuição dos Envelopes da Linguagem em duplas. Dentro de cada envelope tínhamos diferentes manifestações textuais, as quais as duplas deveriam estabelecer um critério e classificá-las. Já na entrega dos envelopes, notei que os professores se interessaram e queriam saber como conseguiam envelopes assim, lindos. Na verdade, assim como eles, nossos alunos também notam quando preparamos um material com dedicação, sentem-se valorizados e igualmente valorizam a atividade proposta.
Eu já esperava que eles fizessem exatamente o que eu fiz quando essa proposta foi feita pela Tamar, na semana se formação: separar os textos por tipos, sem ter a mínima idéia da diferença entre tipo textual e gênero textual. Foi o que aconteceu.
Daí , então, parti para a explicação deste tema que norteia a TP3, com o auxílio do data show e do material cedido pela Tamar. A maior dificuldade e resistência dos professores que encontrei foi na diferenciação do que são gêneros em uma classificação literária e do que são gêneros na lingüística textual. Foi difícil convencê-los de que a classificação de gêneros presente em todos livros didáticos de literatura não servia para a Língua portuguesa de maneira geral.
Feita essa apresentação, solicitei que reclassificassem os textos partindo da nova noção de gênero e tipo textual, seguido da leitura de alguns pontos da unidade 9 e 10 da TP3 .
Depois disso, fizemos algumas atividades práticas, embora a discussão teórica tenha nos tomado muito tempo.
Trabalhamos com a técnica de elaboração de perguntas e respostas partindo de nomes de filmes (visto que eu não tinha os cordéis para fazer com seus títulos, como fizemos com a Tamar); fizemos a técnica do dicionário, onde cada aluno tira de uma sacola palavras (conhecidas e desconhecidas) e devem dar ou inventar o significado das palavras, tentando se aproximar da linguagem utilizada no dicionário; fizemos a reecritura da música Baião, do Gonzaguinha, trabalhando a questão do intergênero.
Pareceu-me a que a atividade que mais lhes interessou foi a última, pois se empenharam e construíram ótimas paródias, além de comentarem que trata-se de um tipo de atividade que funciona muito bem com os alunos.
Para finalizar, apontei e discuti sobre as atividades entre as quais deveriam escolher uma para aplicar com os alunos, ou seja, os “Avançando na prática” das duas unidades. No entanto, também achei interessante incluir nas possibilidades de escolhas as atividades que fizemos em aula, além daquelas que estão nos AAA3. Acredito que isso amplie as possibilidades de aplicação dos professores e as chances de eu receber um relato de algo que não foi feito são menores. Afinal, Gestar é aplicação e não enrolação, hehehehh...
Pretendo, na próxima oficina, fazer uma retomada de alguns pontos que acho que não ficaram claros sobre Gêneros e Tipos Textuais, como a questão da Dissertação, por exemplo. Até a próxima!
PS: teve cursista encomendando envelopes iguais aos meus. Que onda, heim...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Relato da Oficina de 08/06

Relato da Oficina do dia 08/06

Neste dia, juntamente com a SMED do município, iniciamos o trabalho com um coquetel, unindo os professores da Matemática e do Português. Após esse momento e a fala da Secretária de Educação Jussara Bittencourt, demos início as oficinas separadamente.
Reunida com meus professores cursistas, iniciamos com uma técnica de apresentação, na qual cada professor devia escrever em uma folha colorida um trecho de uma canção, poesia ou livro que traduzia coisas importantes em sua vida. Cada um leu o que escreveu, e foram formando no quadro uma imagem com os papéis coloridos, algo como um mosaico. Essa dinâmica, que realizamos também com o pessoal da UnB traz a idéia de construção e reconstrução, visto que quem inicia o mosaico pensa em formar uma figura, que não pé a mesma que se tem ao final.
Achei incrível como o pessoal foi participativo, tanto nas apresentações como na construção do mosaico.
Na seqüência, esclareci como funcionariam as oficinas e avaliação do curso, com o auxílio do Power Point e foram distribuídos os livros, revisados e explicado do que se tratava cada TP e cada AAA. Também entregamos o calendário das oficinas.
Por fim, fizemos a Leitura do texto “A moça tecelã”, relacionando a técnica inicial com a mensagem do texto, trabalhando a questão do processo necessário de construção e desconstrução para a realização de nosso trabalho como professores de língua portuguesa.
Neste dia, não foi possível avaliar profundamente a oficina, visto que foi praticamente um primeiro contato com os cursistas e boa parte da noite foi preenchida pelo coquetel.
Até a próxima!!!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Memorial de professora

Minha caminhada na educação

Filha de uma professora que nunca permitiu que os baixos salários tornassem sua profissão diminuída, meu contato com o processo educacional sempre foi muito positivo. Embora pensasse em ser muitas outras coisas “quando crescesse”, essa mulher incansável sempre honrou muito a ação docente, a tal ponto de me convencer a ser professora. Algumas características pessoais também me fizeram pensar que seu poderia ser um pouquinho do que era minha mãe. Sempre fui líder na escola quando estudante, muito falante, nada inibida, curiosa, corajosa.
Assim, ingressei na Escola Estadual Dom Diogo de Souza, onde cursei o magistério, vendo aquela instituição sempre como um lugar onde eu não ia somente para aprender a ensinar, mas para aprender, ensinar, trocar, vivenciar. E definitivamente, lá amadureci muito, afinal, não é nada fácil decidir o que se vai ser quando crescer aos 15 anos.
Completado os três anos de Ensino Médio, prestei vestibular na UFRGS para o curso de Letras. Odiava as exatas e não sabia onde o sol nascia, achava história legalzinho e não sabia fazer sequer bonecos-palito. Amava ler. Só tinha uma saída: Letras!!! Nunca uma decisão foi tão fácil. Passado inacreditavelmente no vestibular, agora ia ter que encarar ao mesmo tempo o primeiro semestre e o estágio do magistério.
Com o estágio veio também a vontade de desistir. A teoria não batia com a prática e cansei de levar bronca da supervisora e de dar bronca nos alunos que pareciam ter sido contratados para dificultar minha vida. Foi aí que mais uma vez entrou em cena a super-mãe. Acho que se não fosse por ela, eu não teria cogitado a possibilidade de tentar mais uma vez.
Amei a UFRGS, venci o estágio, passei em um concurso do Governo do Estado para o CAT. Encarei os dois primeiros anos de estágio probatório com os primeiros anos de universidade. Mas eu só tinha 20 anos quando a direto ra da escola me convidou para lecionar Literatura para o Ensino Médio, à noite. Aceitei. Com medo, mas aceitei. Nunca foi tão difícil subir as escadas daquela escola para dar uma aula. Como eu iria encarar turmas onde muitos dos alunos eram mais experientes do que eu? Será que vão me respeitar? Será que aqueles dois anos de universidade era o suficiente? Encarei, respeitaram-me, muitos se tornaram meus amigos e foi a melhor experiência que tive até hoje no magistério. Fiquei três anos lá a noite e só tive que sair pois era a hora de finalizar a monografia, cujo tema não podia ser outro: A Literatura no Ensino Médio.
E no último dia de aula, após me despedir dos alunos nas últimas aulas, fui para a sala dos professores um pouco triste, quando ouvi a música Como nossos pais vindo da rua. Achei estranho, pois não era bem esse o tipo de som que costumávamos ouvir no último volume na rua da escola. Saí para ver o que era. Eram todos os alunos, no meio da rua, em frente à escola. Haviam organizado uma festa de despedida como nunca havia imaginado: mensagens, presentes, fogos, dedicatórias, festa, bolo... Jamais esquecerei aquela noite, assim como não esquecerei de nosso passeio ao teatro para assistir Bailei na curva. Os alunos lotando o teatro e aplaudindo de pé os atores no final, muitos com lágrimas nos olhos.
Segui trabalhando com os pequeninos, o que também me traz muita satisfação. Passei por todas as séries, embora prefira a 4ª. Ingressei no Ensino Municipal, onde lecionei por 3 anos com o CAT, até fazer um concurso para a área. Passei e hoje trabalho na Escola Cléo dos Santos, onde tenho turmas de 5ª e 6ª séries. Sigo também na escola estadual, com minha amada 4ª, onde consigo aplicar meus conhecimentos de Língua Portuguesa e não traumatiza-los muito nas exatas.
Este ano, além das duas escolas, também iniciei um Pós-Graduação na área de Ensino de Língua e Literatura e estou envolvida no GESTAR II, onde espero conseguir atingir os objetivos e, acima de tudo, aprender com meus colegas.