Oficina de 30/11
Iniciamos nossa oficina com os relatos da aplicação das atividades da primeiras unidades da TP2. Infelizmente, o final do ano, as exigências das escolas e a organização do material burocrático exigido andam atrapalhando bastante os projetos em andamento. Alguns cursistas não conseguirão colocar em prática suas idéias exatamente como elaboraram. No entanto, o que há de positivo nisto tudo é que todos pretendem, no ano que vem, seguir com seus projetos, reiniciá-los de modo mais tranquilo e até mesmo colocar em prática os projetos de outros cursistas, pelos quais se interessaram também.
Após os relatos, um desafio, que me atormentou por semanas, precisava ser resolvido. Na Feira do Livro de Porto Alegre, participei de um bate-papo com Moacir Scliar. Em uma de suas falas, sempre muito interessantes e bem-humoradas, Scliar afirmou que achava válido qualquer tipo de leitura (idéia compartilhada em absoluto por mim). Concluiu, comicamente, dizendo que só acharia estranho alguém ler a lista telefônica, visto que o número de personagens poderia confundir o leitor. Pois depois de uma boa risada, fui pra casa com algumas interrogações. Mas a lista também não é texto? Será que não podemos tirar informações dali? Ela não nos diz nada?
Como sei que meus cursistas são brilhantes, levei para essa oficina uma página da lista para cada dupla e pedi que, partindo do que ali estava, pensassem em possibilidades de trabalhar a Língua Portuguesa em sala de aula. Passados alguns minutos, lá vêm as maravilhas. Desde as idéias mais óbvias, como trabalhar ordem alfabética, até a produção textual literária, com possíveis diálogos, encontros e desencontros daqueles "personagens" da vida real que ali estavam, com direito a caracterizações dos mesmos.
Após essa atividade, começamos a análise das últimas unidades da TP2, que tratam de como abordar e sensibilizar nossos alunos para a arte em sala de aula. A idéia central e unânime foi sobre a importância de, no início de uma aproximação com a arte, sempre traçar paralelos entre algo da realidade do aluno e o objeto artístico, para que tudo faça sentido. Sem dúvida, após o processo, chegará o momento em que isso já não será mais necessário.
Outro ponto da unidade que foi bastante discutido foi o quadro do Magritte, que retrata a
imagem de um cachimbo, mas que embaixo traz a frase "Isso não é um cachimbo". Bom, aí fomos longe...Desde da retomada das teorias de Saussure, sobre significante e significado, passando pela individualidade de interpretação até a necessidade da imaginação e leitura do que não está dito quando o assunto é arte.
Após esse momento de reflexão, comentamos as demais atividades.
O grupo já havia solicitado com antecedência mais um tempo para finalizarem a estrutura de apresentação de seus projetos, que será no dia 07/12, ou seja, já na semana que vem. Sabendo das dificuldades que estão passando pela falta de tempo, não tinha como negar esse momento aos meus cursistas, sempre tão esforçados e dedicados. Acredito que esse momento de relato de seus projetos será muito interessante para o grupo.
Até a próxima!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
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