No dia 20/05/2009 os professores de Língua Portuguesa e Matemática da Rede Municipal de Ensino de Alvorada foram convocados para comparecer nas dependências da SMED para que o projeto Gestar II fosse apresentado.
A secretária de educação, Jussara Bittencourt fez a fala inicial, saudando os professores e afirmando a importância de projetos como este para a educação do país. Após este momento, eu, professora Aline (formadora de Língua Portuguesa) e o professor Cláudio (formador de Matemática) explicarão melhor o projeto, focando cada um em sua disciplina e relatando a experiência vivida na semana de formação com os professores da UnB.
Antes de entregarmos as fichas de adesão para que os professores preenchesses, abrimos espaço para questionamentos e comentários. Foi neste momento que tivemos uma excelente surpresa e sanamos uma de nossas maiores angústias surgidas durante nossa primeira formação: os professores mostraram um enorme interesse em participar do projeto e poucos não aderiram ao projeto.
O maior obstáculo enfrentado pelos professores foi a questão da disponibilidade de tempo, visto que a maioria deles não trabalha somente na rede municipal de ensino.
No entanto, mediante esse problema, e ao fato de não podermso atingir a todos este ano, já estamos pensando em dar sequência a grupos de estudo nos anos seguintes, como formação continuada, com base no material do Gestar II.
Após analisar as fichas preenchidas pelos professores de LP, concluimos que a maioria deles (aproximadamente 20 professores) teriam a disponibilidade de fazer a formação às segundas-feiras à noite. Assim, a formação se dará neste dia da semana.
Rumo ao planejamento das oficinas!!!
domingo, 31 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
Memorial de leitora
Aline no país das letras
Nós, adultos, temos uma grande dificuldade de lembrarmos das passagens de nossa infância. Mas as coisas que realmente são marcantes, aparecem em nossa memória através de imagens, cheiros, sabores, sensações. Infelizmente, nossas primeiras conquistas fazem parte da primeira infância e, dessas, não lembramos mesmo. Nosso primeiro banho, nossos primeiros passos, a primeira mamadeira, a primeira gargalhada e nossa primeira palavra alegraram nossos pais e os encheram de orgulho, que aguardavam por tudo isso com expectativa. Mas a alegria de, finalmente, decifrar aqueles símbolos negros que me saltavam aos olhos, ah, disso me lembro muito bem.
Em minha casa moravam meu pai, minha mãe e minha avó paterna, Elsa. E-L-S-A . Isso mesmo, era assim que ela repetia, quando perguntavam seus nome, soletrando. Foram vinte e três anos adormecendo ao lado dela, no mesmo quarto, com um abajur que separava as camas. Antes de dormir, e para incitar o sono, ela pegava sua revista de fotonovela e lia. Ria, comentava, apagava o abajur e adormecia.
Mas um dia, além de trazer novas revistas da casa de seu irmão, minha avó trouxe também alguns gibis. Foi então que comecei a imitá-la. Todas as noites ela e eu dividíamos a luz do abajur e , mesmo sem ter a mínima idéia do que estava escrito naqueles balões, criava histórias em minha cabeça, lia as imagens e só fechava os olhos quando ela o fazia.
Mas a curiosidade em decifrar aqueles pontinhos pretos ia crescendo e um dia, com a permissão de minha vó, convidei as filhas do zelador do prédio para irem lá em casa brincar de escola. Embora eu quisesse ser a professora, era a minha chance de começar a aprender a ler. Elas eram mais velhas e já freqüentavam a escola. Dito e feito. A brincadeira se estendeu por semanas.
Em um domingo pela manhã, minha mãe e eu estávamos na sala de casa, quando peguei o jornal e comecei a ler. Minha mãe pensou que mais uma vez eu estava lendo as imagens, mas achou a leitura diferente do que das outras vezes. Esforçava-me muito e algumas sílabas demoravam para sair. Quando foi conferir, minhas palavras eram exatamente as mesmas que estavam escritas no jornal. Ficou surpresa, e acredito que muito feliz.
Ingressei na pré-escola alfabetizada. Minha alfabetizadora? Minha avó, Elsa. E-L-S-A. Duas vogais e duas consoantes. Dissílaba. Paroxítona. Substantivo próprio. Acho que isso ela não sabia. Também, não fez diferença. Mas que ela soube despertar me mim a curiosidade necessária para entra naquele espelho, isso ela soube.
Nós, adultos, temos uma grande dificuldade de lembrarmos das passagens de nossa infância. Mas as coisas que realmente são marcantes, aparecem em nossa memória através de imagens, cheiros, sabores, sensações. Infelizmente, nossas primeiras conquistas fazem parte da primeira infância e, dessas, não lembramos mesmo. Nosso primeiro banho, nossos primeiros passos, a primeira mamadeira, a primeira gargalhada e nossa primeira palavra alegraram nossos pais e os encheram de orgulho, que aguardavam por tudo isso com expectativa. Mas a alegria de, finalmente, decifrar aqueles símbolos negros que me saltavam aos olhos, ah, disso me lembro muito bem.
Em minha casa moravam meu pai, minha mãe e minha avó paterna, Elsa. E-L-S-A . Isso mesmo, era assim que ela repetia, quando perguntavam seus nome, soletrando. Foram vinte e três anos adormecendo ao lado dela, no mesmo quarto, com um abajur que separava as camas. Antes de dormir, e para incitar o sono, ela pegava sua revista de fotonovela e lia. Ria, comentava, apagava o abajur e adormecia.
Mas um dia, além de trazer novas revistas da casa de seu irmão, minha avó trouxe também alguns gibis. Foi então que comecei a imitá-la. Todas as noites ela e eu dividíamos a luz do abajur e , mesmo sem ter a mínima idéia do que estava escrito naqueles balões, criava histórias em minha cabeça, lia as imagens e só fechava os olhos quando ela o fazia.
Mas a curiosidade em decifrar aqueles pontinhos pretos ia crescendo e um dia, com a permissão de minha vó, convidei as filhas do zelador do prédio para irem lá em casa brincar de escola. Embora eu quisesse ser a professora, era a minha chance de começar a aprender a ler. Elas eram mais velhas e já freqüentavam a escola. Dito e feito. A brincadeira se estendeu por semanas.
Em um domingo pela manhã, minha mãe e eu estávamos na sala de casa, quando peguei o jornal e comecei a ler. Minha mãe pensou que mais uma vez eu estava lendo as imagens, mas achou a leitura diferente do que das outras vezes. Esforçava-me muito e algumas sílabas demoravam para sair. Quando foi conferir, minhas palavras eram exatamente as mesmas que estavam escritas no jornal. Ficou surpresa, e acredito que muito feliz.
Ingressei na pré-escola alfabetizada. Minha alfabetizadora? Minha avó, Elsa. E-L-S-A. Duas vogais e duas consoantes. Dissílaba. Paroxítona. Substantivo próprio. Acho que isso ela não sabia. Também, não fez diferença. Mas que ela soube despertar me mim a curiosidade necessária para entra naquele espelho, isso ela soube.
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